Parede do corpo e esqueleto
A parede do corpo consiste em cutícula fina, epiderme uniestratificada, espessa derme de tecido conjuntivo e epitélio celômico de células mioepiteliais, formadoras da musculatura e peritônio. A células clilidadas da epiderme e do peritônio são tipicamente monociliadas. A epiderme tem também células não ciliadas, células secretoras de muco e células sensoriais. As células sensoriais e outros neurônios formam uma rede infra-epidérmica. A derme aloja ossículos esqueléticos, e várias células de tecido conjuntivo, incluindo os esclerócitos(produtoras de ossículos). Dentro do celoma encontra-se uma rede de neurônios principalmente motores o qual inerva os músculos e o tecido conjuntivo mutável.
O endoesqueleto dos equinodermos se localiza na derme, como as escamas de peixes e é coberto com epiderme. Possui dois componentes: Tecido conjuntivo de colágeno e ossículos calcários.
Ossículos
Os ossículos dos asteróides assumem uma variedade de formas e, microscopicamente, consistem em uma treliça tridimensional chamada de estereoma. A estrutura dos ossículos pode reduzir o peso, aumentar a força e prevenir fraturas. Os espaços labirínticos dos ossículos, coletivamente denominados estroma, permitem a entrada dos esclerócitos(formadores de ossículos) para modificação e crescimento do estereoma e para a fixação dos ligamentos colágeno. Os ligamentos suturam os ossículos entre si para formar uma malha esquelética. Existem fagócitos especializados capazes de reabsorver a calcita dos ossículos. Todos os ossículos, inclusive os espinhos de ouriços-do-mar, são endoesqueléticos, e portanto, cobertos com epiderme.
Algumas estrelas-do-mar tem ossículos especializados paxilas. Cada paxila assemelha-se a um guarda-sol em miniatura, com seu cabo fixado à superfície do animal. As coroas das paxilas adjacentes tocam-se umas nas outras e juntas formão uma “segunda pele” acima da parede do corpo propriamente dita. O espaçamento preenchido por água entre essa segunda pele e o corpo em si do animal é protegido contra a intrusão de sedimentos e contém brânquias delicadas e o madreporito. O espaço branquial é ventilado por cílios epidérmicos.
Paxilas e madreporito (Fonte: https://www.wallawalla.edu/academics/departments/biology/rosario/inverts/Echinodermata/Class%20Asteroidea/Mediaster_aequalis.html )
Pedicelárias são movéis e funcionam como pinças. Elas são usadas primeiramente para proteger a superfície aboral contra fixação de larvas e outros pequenos animais.
Sistema Vascular Aquífero (SVA)
O SVA aquífero dos asteróides, como aquele de todos os outros equinodermos, compõe-se de pés ambulacrais locomotores hidráulicos e um arranjo pentâmero de canais celômicos internos. Os canais internos compreendem um canal circular circum-oral, do qual se estende um canal radial para dentro de cada braço. Perpendicularmente a cada canal radial, há uma sequência bilateral de canais laterais, cada um deles terminando numa ampola, pé ambulacral e, algumas vezes, uma ventosa. Um canal pétreo ascende a superfície aboral a partir do canal circular e se abre para pequena câmara, a ampola do madreporito, que se liga ao madreporito, um ossículo poroso especializado. Os poros do madreporito abrem-se para a água do mar circundante. O SVA inteiro é revestido de mioepitélio, sendo, portanto, ciliado e muscular. O SVA é bem desenvolvido nos asteróides e usado para locomoção, adesão, manipulação de presas e trocas gasosa.
(Foto modificada de: https://flamingtales.blogspot.com.br/2010/07/weird-wonder-wednesday-starfish.html )
Cada canal lateral é guarnecido de uma válvula e termina numa ampola e num pé ambulacral. A ampola é um pequeno canal saco muscular que forma protuberância dentro do celoma perivisceral. A ampola se abre diretamente para um canal descendente que passa pelos ossículos ambulacrais para o pé ambulacral. Os ossículos ambulacrais formam o assoalho do sulco ambulacral e expandem-se para formar a crista ambulacral; um canal radial localiza-se no lado oral desses ossículos.
Os pés ambulacrais projetam-se para dentro do sulco ambulacral. Uma musculatura ambulacral bem desenvolvida reveste a ampola do pé ambulacral.
O movimento cíclico de cada pé ambulacral consiste em extensão-adesão, geração de força e desprendimento-retração. A extensão ocorre quando a musculatura longitudinal da ampola se contrai, a água é forçada para o interior do pé ambulacral que então se alonga. Quando o pé ambulacral entra em contato com o substrato, a ventosa adere a ele. A adesão é química em grande parte e se da pela secreção de uma substância aderente, posteriormente outra secreção quebra a aderência e libera o pé ambulacral. Quando a adesão é prolongada ou uma grande força é gerada, pode haver aderência por sucção. Uma vez aderido pela ventosa, músculos longitudinais se contraem e exercem uma força de tração para locomoção ou outros propósitos. A ventosa então se destaca e a contração dos músculos longitudinais recolhe o pé ambulacral à medida que o fluído e deslocado para dentro da ampola.
O canal circular é o centro de todo o sistema, para onde todos os canais radiais convergem. Dois outros órgãos que atuam na manutenção do sistema também se situam ali. Na circunferência interna do canal circular há cinco pares de bolsas esponjosas chamadas corpos de Tiedemann. Elas removem e destroem bactérias e outras partículas indesejáveis no fluído que circulam no SVA.
O canal pétreo e o madreporito ajudam a manter o volume do fluido no SVA. O canal pétreo origina-se do canal circular, ascende verticalmente em direção à superfície aboral e une-se à ampola do madreporito, que se abre para o exterior através do madreporito. O batimento ciliar do canal pétreo é bidirecional, mas os cílios que batem para dentro são mais desenvolvidos, isso resulta num influxo de água do mar através do madreporito para dentro do canal pétreo e depois para interior do resto do SVA. Assim o canal pétreo é uma bomba ciliar que mantém o volume de fluído do SVA. Em condições normais somente um fio de água entra no SVA via madreporito e canal pétreo, por que o sistema termina em fundo cego nos pés ambulacrais e uma pressão contrária opõe-se à entrada de água. Contudo, os pés ambulacrais de parede fina permitem que uma pequena quantidade de fluído seja perdida, o que demanda uma reposição de líquido para dentro do sistema. Os cílios do madreporito removem partículas que poderiam entupir os poros ou entrar no SVA, partículas que conseguem ultrapassar o filtro são eliminadas pelos corpos de Tiedemann ou por celomócitos fagocitários.
O fluído do SVA é semelhante a água do mar exceto pela presença de celomócitos, algumas proteínas e maior concentração de K+. As proteínas dissolvidas e elevada concetração de K+ criam um influxo osmótico. Assim agem em conjunto para compensar a perda de água por pressurização muscular dos pés ambulacrais.
Locomoção
O pé ambulacral oscila para frente, se segura no substrato e então move-se para trás, cada pé ambulacral se move de modo semelhante a um passo. A ação dos pés é altamente coordenada, numa seção a certa altura de um braço, pode-se ver que a maior parte dos pés está efetuando o mesmo passo e o animal se move para frente. Durante a esse processo de progressão, um ou dois braços lideram e os pés ambulacrais de todos os braços movem-se na mesma direção, mas não de forma similar. Essa ação juntamente com as ventosas que esses animais possuem permite uma força de adesão que permite as estrelas-do-mar escalarem superfícies verticais de rochas ou a parede de um aquário.
Trocas Gasosas
Para aumentar a capacidade de trocas gasosas (já que equinodermos tem pouca capacidade anaeróbica) todos possuem brânquias. As brânquias formam finas evaginações (ou invaginações) ocas da parede do corpo, são banhadas externamente por água do mar e internamente por liquido celômico. Esse liquido que serve como meio de transporte para os gases, e não o sangue. Cada cavidade celômica possui uma brânquia especializada. Nos asteroides as brânquias especializadas são chamadas de pápulas e estão associadas ao celoma perivisceral. As pápulas oferecem oxigênio ao celoma perivisceral, que depois é passado para o intestino, gônadas, músculos do disco central e braços.
Sistema Nervoso
O sistema nervoso desses animais é um sistema pentâmero, na qual é composto por um anel nervoso circum-oral e cinco nervos radiais que se originam do anel nervoso e se estendem, cada um, ao longo de um ambulacro. O sistema nervoso periférico inclui duas redes intra-epiteliais, sistema ectoneural, sensorial e o sistema hiponeural. O anel nervoso e os nervos radiais também possuem componentes ectoneurais (sensoriais) e hiponeurais (motores). Cada braço tem um centro motor, provavelmente perto da junção do nervo radial com o anel nervoso. Existe um braço líder que exerce dominância temporária sobre os centros nervosos dos outros braços. Os órgãos sensoriais dos asteroides são as manchas ocelares e os pés ambulacrais sensoriais em forma de tentáculos, estruturas localizadas nas pontas dos braços.
Sistema Digestivo
O sistema digestivo dos asteroides ocupa a maior parte do espaço interno do disco e dos braços. A boca está localizada no centro de uma membrana peristomial circular e resistente, que é muscular e possui uma esfíncter. O estômago está dividido por uma constrição horizontal, em uma grande câmara oral, o estomago cardíaco e também um estômago pilórico. Os cecos pilóricos são extensões ramificadas alongadas e ocas do estomago pilórico. Do estomago pilórico, um curto intestino tubular une-se ao reto, que se abre para um anus diminuto no centro da superfície aboral do disco, geralmente o reto possui várias evaginações pequenas ou grandes denominadas cecos retais. Muitos asteroides digerem alimento extra-oralmente pela eversão do estomago cardíaco.
Nutrição
A maioria dos asteroides se alimentam de animais vivos ou mortos, especialmente caramujos, bivalves, crustáceos, poliquetas, outros equinodermos e até mesmo peixes. Alguns tem uma dieta restrita enquanto outros possuem uma variedade alimentícia maior e de acordo com a disponibilidade podem mostrar preferencias. Quase todos os asteroides detectam e localizam a presa através da percepção de substancias liberadas por ela na agua, e algumas presas desenvolveram respostas de fuga aos lentos asteroides. Alguns asteroides se alimentam de esponjas, anêmonas-do-mar e pólipos de hidroides e corais.
Transporte Interno
Asteroides fazem o uso principalmente da circulação celômica para o transporte interno de gases e nutrientes. O sistema hemal dos equinodermos é rudimentar em asteroides, porém pode atuar no transporte de nutrientes. Ambos os sistemas compartilham a simetria radial básica do corpo dos equinodermos. Os asteroides têm quatro sistemas circulatórios celômicos: o SVA (canal pétreo) que supre os músculos locomotores dos pés ambulacrais; o celoma perivisceral, que ocupa disco e braços e supre as vísceras; o celoma hiponeural, e o celoma genital, que supre as gônadas. O volumoso celoma perivisceral envolve e banha o trato digestivo, as paredes externas das gônadas e as ampolas dos pés ambulacrais. Os canais do celoma hiponeural são anatomicamente similares aqueles do SVA, mas sem os equivalentes as ampolas e pés ambulacrais. Há dois componentes do celoma hiponeural: o canal circular hiponeural e o canal radial hiponeural. Ramos do canal radial hiponeural, chamados de canais laterais hiponeurais, passam lateralmente para dentro da derme. Um canal vertical denominado canal axial, une o canal circular hiponeural à ampola madrepórica e ao próximo madreporito. E celoma genital consiste em pequeno canal circular genital aboral, do qual canais radiais genitais estendem-se para dentro das gônadas. O sistema hemal de asteroides é composto de três conjuntos de vasos radiais interligados, cada conjunto consistindo em um anel hemal circum-entérico dentro do disco e cinco vasos radiais, às vezes ramificados. O anel hemal hiponeural está suspenso no mesentério entre as duas metades do canal anelar hiponeural. Um vaso hemal radial hiponeural parte do anel hemal para dentro de cada um dos cinco braços. O anel hemal gástrico circunda o trato digestivo no lado aboral pilórico. Dois vasos especializados, chamados de tufos hemais gástricos, cruzam o celoma perivisceral e unem o anel hemal gástrico ao vaso hemal axial e coração. O anel hemal genital aboral e seus cinco pares de vasos hemais radiais genitais suprem as dez gônadas. Ao atingir a gônada, cada vaso radial forma um seio hemal genital. Os três anéis hemais são unidos pelo vaso hemal axial vertical situado na parede do canal axial. O coração está situado no topo do vaso hemal axial, acima de todos os três anéis hemais e imediatamente abaixo, e ao mesmo tempo, em um dos lados do madreporito.
Excreção
O coração-rim dos equinodermos, contudo, desempenha uma função incerta, se é que há alguma na excreção. Asteroides e outros equinodermos excretam nitrogênio, principalmente em forma de amônia, que se difunde através de áreas finas da parede do corpo, como os pés ambulacrais e pápulas. Células carregadas de excretas, migram para as extremidades das pápulas e , talvez, para os pés ambulacrais. A extremidade da pápula se constringe e se separa da pápula descartando assim o aglomerado de celomócitos no mar.
Acanthaster planci (Linnaeus, 1758)(fonte: https://eol.org/data_objects/27694760)
Vídeo demonstrando diversidade de Asteroidea (Espanhol)
ECHINOZOA
Echinozoa inclui Echinoidae (ouriço-do-mar) e Holothuroidea (pepinos-do-mar). Ambos os táxons não possuem braços, mas o ambulacros e a superficie oral expandiran-se aboralmente e cobrem a maior parte do corpo, com exeção do anus aboral e do periprocto (região pequena em torno do anus).
Classe Echinoidea
Possue cerca de 950 especies, e são conhecidos como ouriços-do-mar cordiformes e bolachas-da-praia. Os ouriços do mar controlam o crescimento de algas, porem eles podem decimar grades áreas, caso suaspopulações se tornem muito grandes. Alguns ouriços-do-mar são alimento apresiado por, entre outros animais, lontras marinhas e seres humanos.
O nome “Echinoidea” significa porco-espinho, refere-se aos espinhos moveis que cobrem o corpo. Os ossículos da parede do corpo estão fundidos para formar uma testa ou carapaça, a qual lembra uma concha de molusco, mas é interna. O corpo é mais ou menos esférico ou achatado, como uma capsula opudisco. A simetria pentâmera é evidente no padrão de ambulacros e pés ambulacrais, que ocupam muito da superfície do corpo. Toda a superfície coberta pelos pés ambulacrais é oral, ficando a superfície aboral tecnicamente limitada a uma pequena área no polo aboral do corpo. Espécies achatadas, como bolachas-da-praia, tem superfícies superior e inferior distintas, com frequência chamadas de oral e aboral, mas abas são, na verdade, superfícies orais porque possuem pés ambulacrais.
Estrutura
Ouriços-do-mar tem o corpo mais ou menos esféricos com longos espinhos. Podem apresentar diversas colorações como marrons, preto, roxo, azul, verdes, branco, vermelho ou multicolorido. A maioria tem 6 a 2 cm de diâmetro, mas podem chegar aos 36 cm. Para fins descritivos, o corpo do ouriço-do-mar é dividido em hemisférios oral e aboral, com as partes arranjadas radialmente em torno do eixo polar. O polo oral parte da boca é voltada para o substrato. O ânus é situado no lado oposto, no polo aboral.
O corpo pode ser dividido em 10 seções radiais, que convergem entre si nos pólos oral e aboral. Cinco seções que apresentam os pés ambulacrais são chamadas de áreas ambulacrais. Estas se alternam com seções desprovidas de pés ambulacrais, as áreas interambulacrais.
A boca é rodeada por uma membrana peristomial flexível, que cobre uma grande abertura da testa no centro do pólo oral. A área peristomial ainda apresenta pequenos espinhos e pedicelarias.
Ânus, periprocto e sistema apical estão situados no polo aboral. O periprocto é uma pequena membrana circular que tem o ânus no centro. O sistema apical é um anel de placas especializadas em torno do periprocto e consiste em cinco grandes placas genitais, uma delas o madreporito poroso e cinco placas ocelares, que coincidem com as áreas ambulacrais.
Os espinhos dispõem-se mais ou menos simetricamente nas áreas ambulacrais e interambulacrais.
Uma articulação côndilo-e-alvéolo na base de cada espinho permite que ele se movimente. O alvéolo está na base do espinho e o côndilo ou tubérculo situa-se na superfície da testa.
Abainha interna de fibras colágenas um tecido conjuntivo mutável, pode mudar do estado mole para rígido, mantendo, assim, o espinho preso no seu lugar.
Os espinhos usualmente são cilíndricos e afilam-se em direção ao ápice.
Pedicelárias, que são características de todos os equinoides, distribuem-se sobre a superfície geral do corpo e sobre o peristômio. Uma pedicelária de equinoide é composta de pedúnculo móvel longo com mandíbulas na ponta, no qual pode conter um bastão esquelético de sustentação, usualmente com três mandíbulas oponentes. Músculos na base do pedúnculo permitem movimento.
Qualquer espécie possui vários tipos de pedicelárias e pelo menos um tipo pode ser.
Parede do corpo
Possui uma epiderme ciliada que reveste permanentemente a superfície externa, incluindo os espinhos, nos quais a epiderme desaparece dos espinhos. Na parte basal da epiderme encontra-se uma camada nervosa e, abaixo desta, uma derme de tecido conjuntivo que contem as placas esqueléticas acatadas e fundidas. Não há camada muscular porque os ossículos são imóveis e a superfície interna da testa é coberta com epitélio ciliado que reveste o celoma perivisceral.
Locomoção
Ouriços-do-mar são adaptados tanto para a vida no fundo do mole quanto duro e os espinhos e pés ambulacrais são usados para o movimento. Os pés ambulacrais funcionam da mesma maneira que os da estrela-do-mar e os espinhos podem ser usados para empurrar e afastar a superfície oral do substrato. Eles podem se mover em qualquer direção sem se virar, e qualquer uma das áreas ambulacrais pode liberar o deslocamento.
Alguns ouriços-do-mar tendem a procurar depressões nas rochas. O animal cava principalmente pela ação raspadora do aparato de mandíbulas.
Essa condição de escavadora é uma adaptação contrabalanceada a excessiva ação das ondas, sendo tais espécies encontradas principalmente em hábitat exposto a águas agitadas.
Sistema voscular aquifero e outros celomas
Uma das placas genitais em torno do periprocto é modificada em madreporito. Um canal pétreo delgado, tipicamente menos calcificado que o dos asteroides, desce em direção oral e se liga ao canal circular. Esse canal se dispõe ao redor do esôfago e se situa na membrana aboral do aparato mandibular. Canais radias estendem-se do canal circular e correm ao longo do lado interno das áreas ambulacrais da testa. Cada canal radial termina aboralmente em um pequeno tentáculo terminal. Os canais laterais de um lado do canal radial alteram-se com aqueles do outro lado e terminam em ampolas e pés ambulacrais.
Nutrição
Os ouriços-do-mar alimentam-se usando um aparato de mandíbulas altamente desenvolvido e portátil, denominado lanterna de Aristóteles. O aparato pentâmero consiste em cinco grandes placas calcarias as pirâmides, cada uma delas parecendo-se com uma ponta de seta com a extremidade afilada voltada para a boca. No lado interno de cada pirâmides, encontra-se uma banda dental longa e calcaria. A ponta oral da banda se projeta alem da extremidade da pirâmide como um dente pontiagudo e duro.
Músculos especializados protraem e retraem a lanterna e os dentes pela boca, alem de mover a primeira de um lado para o outro. Outros músculos controlam os dentes, os quais podem ser abertos ou fechados. Esse movimento da lanterna e dentes permite aos organismos a rapar, agarrar, puxar e rasgar.
A lanterna de Aristóteles envolve a cavidade bocal e a faringe. A faringe continua pelo esôfago, que abre para amplo estômago. O estomago suspenso por um mesentério liga-se ao intestino, que circunda a cavidade do corpo, e por fim o intestino se liga ao reto, o qual se abre para o ânus.
Ouriços- do-mar cavadores alimentam-se de algas que crescem sobre as paredes de seus buracos rasos, bem como de fragmentos suspensos de algas e outros detritos orgânicos capturados pelos pés ambulacrais.
Transporte interno, trocas gasosas e excreção
O fluido celômico é o principal meio circulatório e celomócitos são abundantes. O sistema hemal dos equinoides é bem desenvolvido e há uma rede complexa de vasos na parede dos mesentérios intestinais, mas quase nada é conhecido a respeito da função desse sistema ou de seu sangue incolor.
A maioria dos ouriços-do-mar tem cinco pares de brânquias peristomiais presas à membrana peristomial. Cada brânquia é uma evaginação altamente ramificada do celoma perifaríngeo (lanterna) revestida de peritônio ciliado. Fluído celômico é bombeado para dentro e para fora das brânquias por um sistema de músculos e ossículos associados à lanterna de Aristóteles. As brânquias peristomiais são provavelmente superfície de trocas gasosas.
Como em outros equinodermos, os pés ambulacrais dos equinoides funcionam como brânquias que suprem o SVA e as cavidades periviscerais. Em muitos ouriços-do-mar os pés ambulacrais aborais(superfície superior) são modificados para aumentar a capacidade de trocas gasosas.
Celomócitos removem resíduos particulados e os carregam para brânquias, pés ambulacrais e órgãos axiais, para eliminação ou armazenamento. Alguns celomócitos formão coágulos e são importantes para a cura de ferimentos.
Sistema nervoso
Um anel nervoso circum-oral rodeia a faringe dentro da lanterna e os nervos radiais passam entre as pirâmides da lanterna e correm ao longo do lado inferior da carapaça.
As numerosas células sensoriais do epitélio, particularmente de espinhos, pedicelárias e pés ambulacrais, compõem a parte principal do sistema sensorial dos equinoides.
Com exceção dos Cidaroida, os equinoides possuem estatocistos, estão localizados em corpos esféricos chamados de esferídeos. Os esferídeos atuam na orientação gravitacional.
Em geral, equinoides são fototáticos negativos e muitos tendem a procurar a sombra de fendas em rochas e ou sob conchas. Algumas espécies se cobrem-se com fragmentos de concha e outros materiais quando expostas da luz.
Spantagus, em vivo e Testa.( Fontes: https://www2.pms-lj.si/oddelki/paleontologija/morski_jezki.html )( https://www.marinespecies.org/echinoidea/aphia.php?p=image&id=48217 )
Reprodução
Todos os quinoides são dióicos. Um equinoide regular tem cinco gônadas suspensas ao longo dos interambulacros no lado interno da testa. Um gonoduto estende-se aboralmente de cada gônada e abre-se para um gonóporo situado numa das cinco placas genitais. Espermatozoides e óvulos são expelidos na água do mar, onde ocorre a fertilização.
Desenvolvimento e metamorfose
A clivagem é igual até o estágio de outro células, depois do que os blastômeros do pólo vegetativo geram quatro pequenos micrômeros. Uma blástula típica, ciliada e livre-natante é formada em 12 horas após a fertilização.
A gastrulação é típica, mas precedida por uma proliferação de células mesenquimáticas a partir dos micrômeros no interior da blástula. O mesênquima forma alguns músculos e o esqueleto larvais. O celoma surge pela extremidade livre do arquêntero. Essa porção separada do arquêntero divide-se em uma direita e outra esquerda. A gástrula torna-se discretamente cônica desenvolvendo-se gradualmente em larva planctotrófica, o equinopluteo. Como o plúteo é ofiuroide, o equinioplúdeo possui quatro pares longos de braços larvais sustentados por um bastão esquelético interno. O equinoplúteo afunda gradualmente até o substrato, ele se adere ao substrato através de pés ambulacrais. A metamorfose é rápida não, levando cerca de 1 hora.
►Vídeo do Centro de Biologia Marinha da universidade de São Paulo. "O vídeo retrata o ciclo de vida da bolacha-do-mar"
Trocas gasosas, excreção e transporte interno
As brânquias dos ofiuróides são os pés ambulacrais e invaginações especializadas chamadas burcas, localizadas na superfície oral do disco. As bursas são sacos de fundo cego, em numero de dez, que abrem oralmente por fendas, uma em cada lado de um braço. Cílios do revestimento da bursa criam uma corrente de água que entra pelo canto externo da fenda, circula dentro da bursa e sai pelo canto oposto da fenda.
O sistema hemal é essencialmente como o de asteroides. Os celomas são considerados relevantes para a circulação no corpo dos ofiuroides. Contudo, o canal epineural ciliado derivado da ectoderme certamente exerce função na circulação.
Reprodução
Voluntariamente os ofiuroides perdem uma parte do braço, se perturbados ou agarrados por um predador ou coletor. A parte perdida é, então, regenerada. Todavia, os braços se quebram não por serem quebradiços, mas por resultado de amolecimento local do tecido conjuntivo mutável, mais especificamente dos ligamentos invertebrais de colágeno.
A maioria dos ofiuroides é gonocórica. As gônadas são pequenos sacos presos ao lado da bursa, voltados para o celoma, duas ou mais gônadas por bursa, em varias posições de fixação. Espécies hermafroditas são frequentes, podendo possuir testículos e ovários simultaneamente, ou serem protândricas.
Quando maduras, as gônadas liberam seus conteúdos dentro das bursas. Para muitas espécies, a fertilização e o desenvolvimento acontecem no mar, mas a incubação é comum. As bursas em geral são usadas como câmaras incubadoras. O desenvolvimento se dá dentro da mãe até que seja atingido o estagio jovem, quando este rasteja para fora da fenda da bursa. Na maioria das espécies incubadoras, poucos jovens surgem em cada bursa.
Desenvolvimento e metamorfose
A larva planctotrófica de muitas espécies, chamada ofioplúteo, possui quatro pares de braços alongados com bandas ciliadas e sustentados internamente por bastões calcários. A metamorfose é similar aquela dos asteroides, mas ocorre quando a larva é livre-natante e não no estagio fixado ao substrato.
Diversidade de ophiuerodea
Ordem Phrynophiuroida, possui tegumento carnoso, epiderme glandular secretora de muco; frequentemente faltam estudos brânquias aborais; enrola os braços verticalmente. Por exemplo, a Asteronyx loveni
Ordem Ophiurida, possui uma fina epiderme, ossículos do disco e escudo s brânquias dérmicos bem desenvolvidos; braços movem-se horizontalmente. Por exemplo, Hemipholis elongata
Parede do corpo de crinoidea
O corpo dos crinoides é revestido de cutícula e epiderme; esta ultima ciliada apenas nos sulcos ambulacrais. Abaixo da epiderme encontra-se uma camada de tecido conjuntivo que não chega a formar uma derme distinta; ao invés disso, ela continua nos tecidos conjuntivos mais profundos do corpo. Ossículos esqueléticos existem em todo o tecido conjuntivo. Pendúculo, cirros, braços e pínulas são quase sólidos, com os interiores ocupados quase que inteiramente por uma serie de ossículos espessos semelhantes à vértebra
Musculatura
Músculos distintos são confinados aos braços e pínulas, embora células epiteliomusculares revistam partes dos vários espaços celômicos e fibras musculares individuais. Os lírios-do-mar são, em sua maioria, limitados a movimentos de curvatura do pedúnculo e flexão e extensão de braços e pínulas. Os comatulídeos sem pedúnculo, contudo, movem-se livremente e são capazes tanto de nadar como de rastejar. A superfície oral está sempre dirigida para cima durante a locomoção. Comatulídeos nadam levantando e abaixando os braços, alternadamente, porém não conseguem nadar grandes distâncias, sendo a natação uma resposta de fuga.
Sistema digestivo e nutrição
Os crinoides são comedores passivos de suspensões que contam com as correntes de água para suprimento de plâncton e detritos. Durante a alimentação, braços e pínulas são mantidos estendidos e os pés ambulacrais ficam eretos. Os pés ambulacrais sem ventosas assemelham-se a tentáculos diminutos e possuem longas papilas secretoras de muco ao longo do comprimento. Os pés ambulacrais primários combinados de uma pínula forma uma malha coletora de alimentos. Partículas de alimento que aderem a um pé ambulacral são jogadas para dentro do sulco ambulacral revestido de muco. O sistema digestivo é confinado ao disco. A boca leva a um curto esôfago, que então se abre para o intestino. O alimento desce e faz uma volta completa ao redor do lado interno da parede do cálice. A porção terminal volta-se, então, para cima, ligando-se ao reto curto, que se abre para o ânus, na extremidade do cone anal.
Troca gasosa e excreção
Os pés ambulacrais são os principais locais de troca gasosa e a grande superfície corpórea gerada pelos braços ramificados torna desnecessárias quaisquer outras superfícies respiratórias. Também não são conhecidos órgãos excretores, provavelmente amoniotélicos.
Sistema Nervoso
O sistema nervoso dos crinoides é composto de três divisões interligadas. O sistema ectoneural oral, sensorial, consiste em um anel nervoso, no qual inerva as células sensoriais da epiderme e dos pés ambulacrais. O sistema hiponeural e o sistema ectoneural são responsáveis pela função motora, onde o hiponeural é um anel oral que emite nervos radiais para os braços e pínulas, e o ectoneural, é uma grande massa em forma de taça, e dessa massa partem cinco nervos braquiais para os músculos flexores dos braços e pínulas.
Reprodução
Parte de um braço ou todo ele pode ser auto-amputado, se ele for agarrado ou sujeito a condições ambientais desfavoráveis. O braço perdido, então, então se regenera. A massa visceral dentro do cálice pode se regenerar em varias semanas; isso pode ser importante para sobrevivência à predação por peixes. Nãohá reprodução clonal em crinoides.
Os crinoides são dioicos. Cada gônada compõe-se de tubo genital (ráquis) envolvido por seio hemal (sangue), que por sua vez é rodeado pelo celoma genital. Quando os óvulos ou espermatozoides estão maduros, eles são liberados pela ruptura das paredes das pímulas e os gametas são lançados na água domar. Espécies de águas frias incubam os ovos.
Desenvolvimento
Durante a formação dos sacos celômicos, o embrião se alonga e progride para o estágio larval livre-natante. A larva de crinoide tem a forma de um barril, com um tufo apical anterior e quatro ou cinco faixas ciliadas em arco.
Após uma existência livre-natante, a diliolária assenta-se no fundo e se fixa por intermédio de uma depressão glandular médio-ventral localizada perto do tufo apical. Segue-se uma metamorfose prolongada que resulta na formação de um pequeno crinoide peduncular séssil. Depois de vários messes durante são formados os cirros, a coroa se liberta do pedúnculo e o jovem assume a existência livre-natante.
Diversidade de Crinoidea
Ordem Comayulida: Peduncúlo presente no estagio pentacrinóide, mas ausente nos adultos, que tem cirros agarradores. São capazes de nadar utilizando os braços.
Antedon mediterranea (Lamarck, 1816) (Fonte:https://www.marinespecies.org/aphia.php?p=image&id=4820V7Antedon mediterranea)
Estrutura
Holoturoides carecem de braços e a superfície oral e ambulacros estão expandidos na direção aboral, ao longo do eixo polar alongado. O eixo polar bastante longo requer que o animal se posicione com um dos lados do corpo sobre o substrato, ao invés de fazer com o polo oral. O lado do corpo que se apoia ao substrato, ou seja, a superfície ventral funcional, tem três áreas ambulacrais e é comumente chamada de sola. Os pés ambulacrais quando presentes, costumam apresentar ventosas. A boca e o ânus estão localizados em extremidades opostas do corpo alongado, sendo que a boca é rodeadapor grandes, pés bucais, os quais são pés ambulacrais bucais especializados. Em algumas espécies, uma curta seção do tronco em forma de colarinho, o introverte, se retrai junto com os tentáculos.
Parede do Corpo
Possui uma cutícula fina, epiderme não ciliada e derme espessa, com uma parede do corpo tipicamente mole e coriácea. A derme, e a vezes, a bainha de tecido conectivo dos pés ambulacrais, contém ossículos microscópicos que podem variar para cada animal, esses ossículos servem para enrijecer e proteger as paredes corporais e além disso é usado pelos taxonomistas para classificar os holoturoides. Há um par de ossículos característicos, chamados de âncoras e placa crivada. As pontas afiladas da ancora fazem saliência na parte do corpo, agarram-se ao sedimento ou à alga, ajudando-o a se segurar no substrato. Internamente a derme existe uma fina camada de musculatura circular seguida por cinco bandas de músculos longitudinais, aonde cada uma
bem desenvolvida, situa-se ao longo de um ambulacro, no lado celômico do canal radial. A derme envolve vários canais, os quais se localizam abaixo das bandas musculares longitudinais.
Locomoção e Modo de Vida
Como os vermes, alguns holoturoides cavam por peristaltismo e, como as anêmonas, alguns expandem e contraem o corpo, mudando o volume corpóreo, ou ritmicamente flexionam o corpo e nadam. Pepinos-do-mar que possuem sola rastejam com seus pés ambulacrais como uma estrela-do-mar e, se desalojados, endireitam-se torcendo a extremidade oral até os pés ambulacrais tocarem o substrato. Contudo, todos esses movimentos são muito lentos, pois, pepinos-do-mar em geral são animais vagarosos. Holotúrias nadadoras acham-se entre a metade das espécies, o restante é bentônico e possui pés ambulacrais bastante desenvolvidos, com os quais anda sobre o leito oceânico. A sola plana e os tentáculos e boca virados para baixo dão uma simetria bilateral ao corpo.
Sistema Digestivo e Nutrição
O sistema digestivo é basicamente um tubo longo, quase sempre enrolado, com boca e anus em extremidade opostas do corpo. A boca localiza-se no centro de uma membrana bucal junto a base dos tentáculos. Abre-se para uma faringe musculosa, circundada na parte anterior por um anel calcário. Esse anel dá suporte a faringe e ao canal circular e constitui um local para a inserção dos músculos longitudinais da parede do corpo, e as vezes nos músculos retratores dos tentáculos. Logo após a faringe a um esôfago curto e não aparente e em seguida a um estomago. Quando presente, o estomago é musculoso e revestido de cutícula espessa. A partir do estomago, há um intestino anterior que estende-se para trás como o ramo descendente do interior anterior, dobra-se para frente em um ângulo de 180º e se continua como o ramo ascendente do intestino anterior que por sua vez dobra-se para trás 180º tornando-se o intestino posterior, que se une a cloaca e ao anus. A cloaca está suspensa no celoma perivisceral por músculos dilatadores da cloaca que são radiais, se originam na parede externa da cloaca. A parede da cloaca é perfurada por dutos cloacais. A faringe e o esôfago secretam muco e funcionam principalmente no transporte do alimento para o estomago. Quando presente o estomago semelhante a uma moela, tritura o alimento; se ausente a faringe pode assumir essa função. Em geral pepinos-do-mar usam os tentáculos para se alimentar de material em suspensão ou depositados. Uma vez que os tentáculos tenham acumulado alimento, eles são introduzidos, um de cada vez, na faringe, e as partículas de alimento são removidas a medida que os tentáculos são retirados da boca.
Sistema Vascular Aquífero
Embora o SVA pentâmero dos holoturoides seja semelhante aquele dos outros equinodermos, o madreporito da maior parte das espécies é peculiar por ter perdido sua conexão com a superfície do corpo. Fica suspenso no celoma perivisceral, na extremidade de um curto canal pétreo. Se a perda de agua do SVA for resposta por fluido do celoma perivisceral que entra por uma madreporito interno, então o fluido celômico perivisceral aparentemente será resposto por agua do mar que entra pelo anus e cloaca e depois fluirá para dentro do celoma perivisceral através dos dutos cloacais ciliados. O canal circular envolve a faringe imediatamente atrás do anel calcário e possui uma ou mais vesículas polainas. Cada canal radial localiza-se na derme sob uma banda muscular longitudinal. Cada tentáculo e pé ambulacral tem sua própria ampola e mesmo quando os pés estão reduzidos ou ausentes, há uma correspondente redução ou perda das respectivas ampolas.
Referência:
ECHINOIDES Irregulares. Disponível em: . Acesso em: 10 fev. 2014.
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Ribeiro-Costa, C.S. & Rocha, R.M. Invertebrados: Manual de Aulas Práticas. 2ª edição. Holos Ed.. 2006. (Série: Manuais Práticos em Biologia, 3).