Echinodermata

Echinodermata

Filo Echinodermata

Aline, Nayara, Érika e Viviane

Os equinodermos são animais marinho, os representantes mais conhecidos desse filo são as estrelas-do-mar, bolachas da praia e ouriços. Podem ser encontrados nas regiões entremarés tanto quanto nas grandes profundidades dos oceanos.  São animais deuterostômios e seu celoma é bem desenvolvido.

Atualmente são conhecidas 7.000 espécies viventes e cerca de 13.000 registros fósseis. No Brasil temos 329 espécies. É constituído de 6 classes, sendo elas:  Crinoidea, Ophiuroidea, Asteroidea, Echinoidea, Holothuroidea e Concentricycloidea(1986).

 

Imagem 1: Classes e seus representantes.

Fonte: https://www.ebah.com.br/content/ABAAAA5mIAI/zoologia-taxonomia-classificacao-iii acesso 27/01/2014

                             

Características gerais

Este filo apresenta um conjunto de apomorfias completamente exclusivas tais como, simetria pentarradial e seu endoesqueleto. Quanto sua simetria eles mantem a organização radial em torno de um eixo central, com pouca ou nenhuma capacidade de locomoção, já seu endoesqueleto é de origem mesodérmica, formado por placas calcarias porosas que são preenchidas com tecido vivo. Estas placas podem estar fundidas, articuladas ou espalhadas pela parede do corpo na forma de ossículos. Possuem espinhos que recobrem o corpo e fazem parte do esqueleto, mas não estão presentes em todas as classes. Possuem um tecido conectivo mutável que confere rigidez e flexibilidade ao animal.

São munidos de uma característica única entre os invertebrados que é o sistema ambulacral. Este sistema consiste em um conjunto de canais que se projetam externamente realizando a locomoção, captura de alimento, eliminação de excretas e outras funções.

O sistema nervoso é organizado na forma de um anel em torno da boca, de onde saem cinco cordões principais e uma subepidérmica. Os pódios do sistema ambulacral estão associados as funções sensoriais.

Apresentam pouca capacidade de osmorregulação e por esse motivo raramente são encontrados em ambientes pouco salinos. Alguns grupos apresentam uma glândula axial que se acredita ser responsáveis pela ultracentrifugação e eliminação de excretas nitrogenadas (Nilsen, 1995).

O sistema hemal (sistema circulatório) é pouco desenvolvido e a circulação interna muitas vezes é feita pelo sistema ambulacral.

São seres dioicos porem poucos apresentam dimorfismo sexual. Em algumas poucas espécies ocorre o hermafroditismo. O órgão de copula é ausente, desde modo os gametas são jogados na agua para que ocorra a fertilização e desenvolvimento larval. Cada classe possui um tipo diferente de larva, esta sendo bilateral e simétrica. Em sua metamorfose a larva fixa-se em um substrato com o seu lado esquerdo, que será o lado oral quando adulto e o lado direito será o lado aboral.

 

 Classe Crinoidea

É a classe de espécies viventes que manteve a maior quantidade de caracteres primitivos. Sua organização é feita em um disco central ou cálice, que em sua parte inferior é composta e cirros e na parte superior de braços, boca e cone anal. Esta superfície superior é recoberta pelo tégmen, que trata-se da parede do corpo.

 

Imagem 2 : Esquema de Um lírio-do-mar.

Fonte: https://www.asturnatura.com/articulos/equinodermos/crinoideos.php acesso 27/01/2014

 São representados pelos lírios-do-mar que, apresentam de 5 a 200 braços ramificados que formam pínulas laterais.

 

Nutrição, locomoção e trocas gasosas e excreção

Fixam no substrato por meio de cirros e alguns usam seus braços como remos. Estes braços quando eretos são usados como uma rede para a captura de alimento como plâncton. Os pódios são pequenos e organizam-se de três em três a partir dos canais laterais e participam do processo de filtração do alimento devido à presença de papilas secretoras de muco e ainda realizam trocas gasosas.

Os lírios do mar sesseis limitam-se a movimentos de extensão e flexão dos braços, sincronizadamente ondulando para cima e para baixo de 5 em 5 nos que possuem 10 braços.

 

 

Imagem 3: Lirio-do-mar.

Fonte: https://tolweb.org/Crinoidea acesso 27/01/2014

Como esta classe não apresenta madreporito sua superfície oral possui varias perfurações ligadas a canais ciliados para a comunicação com o sistema ambulacral e como método indireto para regular a pressão dentro hidráulica do sistema aquífero.

 

Reprodução e desenvolvimento

As gônadas também não estão presentes e seu papel é desempenhado por um tecido germinativo na base das pínulas genitais.

Durante a formação dos sacos celômicos o embrião alonga-se e o desenvolvimento prossegue ruma a um estagio larval livre-nadante que tem forma de barril, um tufo apical e varias faixas ciliadas. Depois da larva sedimenta-se ao substrato para sofrer metamorfose e tornar-se um adulto.

 

Classe Ophioroidea

Na classe Ophiuroidea, os longos braços delgados e serpentiforme saem presisamente do disco central.

Os Ofiuróideos são considerados o grupo de equinodermos mais bem-sucedido. Seu sucesso provavelmente está correlacionado a sua motilidade, diversidade dos hábitos alimentares e pequeno tamanho, que permitiram-lhes explorar habitats não-disponiveis para a maioria dos outros equinodermos.

 

Imagem 4 :

Fonte: https://ricardomiozzo.wordpress.com/tag/desnatador-de-proteinas/

Parede Corporal

Os ofiuróideos movem-se rapidamente empurrando e puxando com o seus braços laterais proporcionam a tração. O braço é ocupado por grandes ossiculos, articulados entre si numa coluna horizontal. Os músculos intervertebrais proporcionam o movimento. Os pés ambulacrais geralmente não são utilizados na locomoção.

 

Sistema Hidrovascular

Talvez devido à redução do celoma, o sistema hidrovascular não tem ampolas. O canal lateral ou os canais radiais assumem a função das ampolas. O madreporito localiza-se em um dos escudos orais.

 

Nutrição

Os ofiuróides são carnívoros, consumidores de carniça, de depósitos ou filtradores. A maioria utiliza vários modos alimentares, mas um é geralmente predominante. Comsumo de carniça pelo revolvimento com o braço, consumo de depósito por meio dos pés ambulacrais e cordões mucosos pendurados entre os espinhos.

Transporte interno, Troca gasosa e Excreção

A troca gasosa no ofiuróideos ocorre através dos pés ambulacrais e por meio de dez sacos internos (bursas), que representão invaginações da superfície oral do disco. As bursas conectam-se com o exterior por meio de fendas que ocorrem ao longo das margens dos braços na superfície oral do disco. 

 

Sistema Nervoso

O sistema nervoso é composto de um anel nervoso circum-oral e de nervos radiais. Os orgãos sensoriais especializados encontram-se ausentes; celulas sensoriais epiteliais dispersas compõe o sistema sensorial. A maioria dos ofiuróideos é negativamente fototrópica e também capaz de detectar alimento sem o contato.

 

Regeneração e Reprodução

Muitos ofiuróides desprendem ou automizam um ou mais braços, se pertubados ou capturados por um predador. Um ropimentopode ocorrer em qualquer ponto além do disco: a porção perdida é então regenerada. Existem alguns ofiuróides, notavelmente as espécies de seis braços de Ophiactis, nas quais a reprodução assexuada ocorre por divisão do disco em dois pedaços, cada qual com três braços.

 

Imagem 5:

Fonte : https://www.vivaterra.org.br/equinodermos.htm

As gônodas dos ofiuróides encontram-se associadas ao lado celômico das bursas, que providenciam a saída para os gametas e o local de desenvolvimento nas espécies incubadoras. nas espécies não-incubadoras, o desenvolvimento leva a uma larva ofiopluteana, que sofre uma metamorfose antes da sedimentação

 

Imagem 6: Larva de Ophiuroideo

 

Fonte : https://cifonauta.cebimar.usp.br/photo/4229/

 

Classe Asteroidea

É a classe que compreende as estrelas-do-mar. São esquinodermatas que tem seu corpo em forma de estrela e de movimentos livres, nos quais o corpo e composto de raios e braços, e estes projetam a partir de um disco central. Estes são animais cosmopolitas, mas principalmente em aguas costeiras, e o nordeste do pacifico e onde se compreende a maior concentração de espécies de asteróideos.

Estrutura Externa

As estrelas-do-mar tipicamente possuem cinco braços. No entanto os sois-do-mar possuem de 7 a 40 braços ou mais. Os asteroides variam em tamanho podendo variar de poucos centímetros a metro.

Os braços dos asteroides não saem exatamente do disco central, ou seja, o braço em geral converte-se gradualmente no disco, e em algumas espécies apresentando braços muito curtos.

A boca localiza-se no centro inferior do disco, e toda a superfície inferior dos discos e dos braços e chamada de superfície oral. A partir da boca um longo sulco se estende radialmente no interior de cada braço. Este sulco chamado de sulco ambulacral contém duas ou quatro fileiras de pequenas projeções tubulares, chamadas de pés ambulacrais.

As margens dos sulcos ambulacrais são protegidas por espinhos, que estes se fecham sobre o sulco. A superfície aboral (superior), é onde está localizado o ânus não evidente quando presente, no centro do disco e de uma grande estrutura que forma de botão, o madreporito, em direção a um lado do disco, entre os dois braços.

 

Imagem 7 : Estrela-do-mar. Superfície aboral

Fonte: https://www.vivaterra.org.br/equinodermos.htm

 

Parede Corporal

A superfície externa do corpo encontra-se coberta por uma epiderme composta de células epiteliais monociliadas e não-ciliadas, células mucosas e células sensoriais ciliadas. Os detritos que caem no corpo prendem-se ao muco depois são varridos pelos cílios epidérmicos.

Por baixo do tegumento interno, uma camada espessa de tecido conjuntivo da parede corporal (a derme) abriga as peças esqueléticas duras.

Os ossículos dos asteroides tem a forma de bastões, cruzes ou placas dispostos em rede de treliças e unidas por tecido conjuntivo. Os ossículos encontram-se irregularmente perfurados, representando talvez uma adaptação para diminuição do peso e aumento da força.

Espinhos e tubérculos fazem parte do endoesqueleto, e como tal, também são encontrados coberto pela epiderme. Nas estrelas do mar, paxilosídeas e valvatídeas, a superfície aboral porta ossículos especiais, e a porção central de cada um deles encontra-se elevada acima da superfície corporal e até estendida para fora como um guarda-chuva. Os ossículos e seus espinhos associados são chamados de paxilas, essa paxila e uma adaptação para a existência escavadora de muitas espécies de estrelas-do-mar que pertencem a esse grupo. As paxilas adjacentes criam um espaço protetor acima do tegumento interno aboral. As correntes respiratórias e alimentar fluem através desse espaço. As paxilas retêm o sedimento circundante.

Nas duas ordens da estrela-do-mar, a superfície corporal porta pequenos apêndices especializados em forma de mandíbula (pedicelárias), que são utilizadas para a proteção, especialmente contra pequenos animais e larvas que podem se sedimentar na superfície corporal da estrela-do-mar. Estas são de dois tipos: com haste e sesseis.

As pápulas são numerosas pequenas envaginações na parede corporal, que se encontram espalhadas sobre a superfície corporal aboral. As pápulas e os pés ambulacrais encontram-se discutidos associados a troca gasosa e ao sistema hidrovascular.

 

Sistema Hidrovascular

 O sistema hidrovascular, exclusivo dos equinodermos, consiste de canais e apêndices da parede corporal. Os canais encontram-se revestidos com um epitélio ciliado e preenchidos por fluidos. O sistema hidrovascular e bem desenvolvido em asteróideos e funciona como um meio de locomoção.

Os canais internos do sistema hidrovascular conectam-se com o meio exterior através do madreporito em forma de botão na superfície aboral. A superfície do madreporito e enrugada com muitos sulcos recobertos pelo epitélio ciliado da superfície corporal. O fundo de cada sulco contém muitos poros que se abrem em canais de poros que passam descendentemente através do madreporito. Os canais de poros finalmente levam ao interior de um canal pétreo vertical, que desce até o lado oral do disco. Ao atingir o lado oral do disco, o canal pétreo junta-se com o canal circular (o canal anelar) imediatamente no lado interno dos ossículos que circundam a boca.

A partir do canal anelar, um longo canal radial ciliado estende-se para o interior de cada braço. O canal radial corre no lado oral dos ossículos que foram o centro do sulco ambulacral e termina em pequenos tentáculo externo na ponta do braço. Os canais laterais surgem alternadamente a partir de cada lado do canal radial ao longo de toda a sua extensão e passam entre os ossículos ambulacrais em cada lado do sulco.

Cada canal lateral é provido de uma valva e termina em um bulbo e em um pé ambulacral. O bulbo ou ampola é um pequeno saco muscular que se arqueia no lado aboral do celoma perivisceral. A ampola abre-se diretamente no interior de um canal que passa descendentemente entre os ossículos ambulacrais e leva ao interior do pé ambulacral.

Todo o sistema hidrovascular encontra-se preenchido por um fluido semelhante a água marinha, exceto por contem celomócitos, um pouco de proteína e um alto teor iônico de potássio. Durante a locomoção o sistema opera como um sistema hidráulico. Quando a ampola se contrai, a valva no canal lateral fecha-se e a água é forcada para o interior do pé ambulacral, que se alonga. Quando o pé ambulacral entra em contato com o substrato a ventosa se adere.

Depois que a ventosa se aderiu ao substrato, os músculos longitudinais dos pé ambulacral se contraem-se, encurtando o pé ambulacral forçando o fluido de volta para o interior da ampola.

Durante o movimento, o pé ambulacral realiza um tipo de movimento de passada. O pé ambulacral oscila para frente, prende-se ao substrato, depois volta para trás. Em uma parte especifica do braço, a maior parte dos pés ambulacrais está realizando o mesmo passo, e então o animal se move para frente. A ação combinada das ventosas dos pés ambulacrais exerce uma força poderosa para a adesão e permite que as estrelas-do-mar andem verticalmente sobre as rochas e até em cima da parede de aquário.

Se uma estrela-do-mar virar-se para baixo, ela pode endireitar-se por meio de um dobramento. A extremidade distal se retorce, colocando os pés ambulacrais em contato com o substrato. Em geral as estrelas-do-mar movem-se lentamente e tendem a permanecer dentro de uma área mais ou menos restrita.

             

Imagem 8: Estrutura geral do sistema vascular aquífero em asteróide

 Fonte:   Brusca, R.C. & Brusca, G.J. Invertebrados. Guanabara-Koogan. 2007. 1098p. 

 

Nutrição

O sistema digestivo é radial, estendendo-se entre os lados oral e aboral do disco. A boca localiza-se no meio de uma membrana peristomial circular áspera, que e muscular e provida de um esfíncter. A boca leva ao interior de um esôfago curto, que se abre, por sua vez no interior de um grande estômago que preenche a maior parte do interior do disco e é divido por uma constrição horizontal em uma grande câmara oral (estômago cárdico) e uma câmara aboral achatada menor (estomago pilórico). As paredes do estomago cárdico têm bolsas e se conectam nos ossículos ambulacrais de cada braço por meio de mesentérios triangulares, chamados de ligamentos gástricos.

A maioria dos asteróideos são consumidores de carniça e carnívoros e se alimenta de todos os tipos de invertebrados, especialmente, caramujos, bivalves, crustáceos, poliquetas, outros equinodermos e até peixes. Alguns tem dieta muito restrita, outros utilizam uma larga variedade de presas, mas podem exibir preferências, dependendo da disponibilidade. A maioria dos asteróideos detecta e localiza a presa por meio de substancias que a presa libera na água, e muitas espécies de presas desenvolveram respostas de fuga para asteróideos de movimentos lentos. Algumas estrelas-do-mar de fundo macios podem localizar presas enterradas e depois escavar no substrato para alcança-las.

Existem alguns asteróideos que se alimentam de esponjas, anêmonas-do-mar e de pólipos de hidróides e corais. Algumas estrelas-do-mar são consumidoras de suspensão. O plâncton e os detritos ou a lama que entram contato com a superfície corporal são presos ao muco e depois varridos em direção a superfície oral por meio de cílios epidérmicos. Ao alcançar os sulcos ambulacrais, os cordões mucosos carregados de alimento são transportados por correntes ciliadas até a boca.

Nos grupos mais primitivos de estrelas-do-mar, que não podem everter os seus estômagos e tem pés ambulacrais (sem ventosa), a presa é engolida inteira e digerida dentro do estomago, embora a parede gástrica deva estar em contato com os tecidos a serem digeridos. As conchas e os outros matérias não ingeríveis são então excretados pela boca.

Os asteróideos têm uma importância econômica considerável como predadores de ostras, e são algumas vezes removidos de leitos de ostras comerciais por meio de um grande aparelho semelhante a um esfregão com sua pedicelárias e são trazidas a superfície e destruídas.

A digestão nos asteroides parece ser primeiramente extracelular, com a parede gástrica e os cecos pilóricos produzindo um complexo de enzimas. Os produtos da digestão gástrica são transportados por tratos ciliares até a parede gástrica e através dos dutos pilóricos para o interior dos cecos pilóricos, onde ocorram a digestão (tanto intra como extracelular) e a absorção. Os produtos da digestão podem ser armazenados nas células dos cecos pilóricos ou passar através dos cecos para o interior do celoma para a distribuição. Os dutos pilóricos também transportam resíduos para o reto, onde os cecos retais (quando presentes) agem como bombas para a expulsão do ânus.

 

Transporte Interno, Troca gasosa e Excreção

 Os asteróideos, como os outros equinodermos, contam primeiramente com a circulação celômica para o transporte interno de gases e alguns nutrientes. O sistema sanguíneo-vascular é rudimentar nos asteróideos, embora exerça um papel no transporte de nutrientes.

Os asteróideos tem quatro sistema circulatórios celômicos: o celoma perivisceral; o sistema hidrovascular; o seio hiponeural; e o celoma genital. Os cílios no revestimento peritoneal desses celomas criam uma circulação continua de fluido celômico. Os fluidos corporais de todos os asteróideos são isosmóticos a água marinha. A sua incapacidade de osmorregulação impede a maioria das espécies habite águas de estuário. O fluido celômico contém celomócitos fagocitários produzidos pelo peritônio celômico e pode formar um coagulo em resposta a danos teciduais.

As pápulas e os pés ambulacrais proporcionam as principais superfícies de troca gasosa para os asteróideos. O peritônio ciliado que forma o revestimento interno das pápulas e dos pés ambulacrais produz uma corrente interna de fluido celômico; o revestimento epidérmico ciliado externo produz uma corrente de água marinha que flui sobre as pápulas. Nas espécies escavadoras, as pápulas ramificadas são protegidas pelas paxilas, e a corrente ventilatória flui através dos espaços semelhantes a canais nesses espinhos.

 

Sistema Nervoso

O sistema nervoso dos asteróideos não é evidentemente ganglionar, e a maior parte encontra-se intimamente associado a epiderme. O centro nervoso é um anel nervoso circum-oral ligeiramente pentagonal, que repousa na base da epiderme peristomial. A partir de cada ângulo do anel, estende-se um grande nervo radial para o interior de cada um dos braços, formando uma grande massa intra-epidérmica em forma de V ao longo da linha média da superfície oral dos sulco ambulacral. O nervo radial supre fibras para os pés ambulacrais e ampolas e é continuo o plexo nervoso intra-epidérmico geral. Nas margens do sulco ambulacral, a camada nervosa epidérmica encontra-se espessada para formar um par de cordões nervosos marginais que se estende pelo braço, e também existem centros motores localizados nas vizinhanças dos pés ambulacrais e das junções pés ambulacrais/ampola.

Cada braço tem um centro nervoso, provavelmente na junção dos nervos radiais e do anel nervoso. Um braço guia exerce uma dominância temporária sobre os centros nervosos dos outros braços. Na maioria das estrelas-do-mar qualquer braço pode agir como um braço dominante, e tal dominância é determinada pela ação de estímulos externos. Em algumas espécies, um braço é permanentemente dominante. De todas as reações de estímulos externos, o contato dos pés ambulacrais com o substrato parece ser dominante e provavelmente responde pela reação de endireitar-se.

Com exceção das manchas oculares nas pontas dos braços, não existem órgãos sensoriais especializados em asteróideos. As células sensoriais dispersas contidas na epiderme são os receptores sensoriais primários e provavelmente funcionam a recepção de luz, contato e estímulos químicos. Isso também vale para os outros equinodermos. Essas células sensoriais epidérmicas são particularmente prevalecentes nas ventosas dos pés ambulacrais, nos pés ambulacrais sensoriais tentaculares terminais e ao longo das margens do sulco ambulacral, onde foram descritas 70.000mm2 células sensoriais.

 

Regeneração e Reprodução

Os asteróideos exibem poderes de regeneração consideráveis. Qualquer parte do braço pode ser regenerada, e as partes destruídas do disco central são substituídas. Os estudos na Asterias vulgaris demostraram que, se houver pelo menos um quinto do disco central preso a um braço, toda a estrela-do-mar pode regenerar-se. Se a parte restante do disco contiver o madreporito, até menos é exigido do disco. A regeneração é tipicamente lenta e pode exigir até um ano para que ocorra uma reforma completa.

Vários asteróideos têm normalmente reprodução assexuada. É comum que isso envolva uma divisão do disco central, de forma que o animal se separe em duas partes. Cada metade então regenera a parte perdida do disco e dos braços, embora comumente sejam produzidos braços extras.

Com poucas exceções os asteróideos são dioicos, e existem dez gônadas, duas em cada braço. As gônadas têm parede dupla e são semelhantes a tufou os lembram um cacho de uvas. Normalmente, ocupam somente uma pequena área na base do braço. No entanto, quando preenchidas com óvulos ou espermatozoides, as gônadas quase preenchem totalmente cada um dos braços. Existe um gonoporos para cada gônada, geralmente localizados entre as bases dos braços.

Na maioria dos asteróideos, óvulos e espermatozoides são eliminados livremente na água marinha, onde ocorre a fertilização. Existe geralmente uma única estação reprodutiva por ano, e uma única fêmea pode eliminar cerca de 2.500.000 ovos.

Na maioria dos asteróideos, os ovos são liberados e os indivíduos nos estágios de desenvolvimento posteriores são planctônicos.  No entanto, algumas estrelas-do-mar incubam grande ovos gemados sob o disco em depressões na superfície aboral do disco, em cestos incubatórios formados por espinhos entre as bases dos braços ou mesmo no estomago cárdico. Em todas as espécies incubadores, o desenvolvimento é direto. Embora são seja uma espécie incubadora, a Asterina gibbosa é incomum por prender seus ovos e pedras e outros objetos.

                               

Imagem 9: Estrela-do-mar com braço regenerado

Fonte: https://cifonauta.cebimar.usp.br/photo/8076/

Desenvolvimento

Os estágios iniciais de desenvolvimento adaptam-se ao padrão descrito. Na maioria das espécies o celoma surge da ponta do arquêntero em avanço como duas bolsas laterais. A condição tricelomada é atingida por meio de uma complexa subdivisão, mas a axocele e a hidrocele nunca se separam completamente. A aro-hidrocele esquerda conecta-se à superfície dorsal para formar o hidróporo.

O embrião asteróideos torna-se livre natante em algum ponto entre os estágios de blástula e gástrula. Mais tarde, a ciliadura superficial é confinada a uma faixa locomotora definida. A alça pré-oral separa-se posteriormente ou em alguns casos, surge separadamente. Após a formação das faixas locomotoras, surgem projeções a partir da superfície corporal. As faixas locomotoras estendem-se ao longo dos braços. Esse estágio larval é conhecido como larva bipinariana.

A larva bipiraniana torna-se uma larva braquiolariana, com o surgimento de três braços adicionais na extremidade anterior. Esse braços são curtos, ventrais em posição e cobertos com células adesivas na ponta. Entre as bases dos três braços encontra-se uma área glandular adesiva, que forma uma ventosa. Os três braços e a ventosa representam um dispositivo de ligação, e a braquiolária então se sedimenta no fundo.

Ocorre então uma metamorfose. A extremidade anterior da larva degenera-se e forma somente uma haste de ligação, e o corpo adulto desenvolvem-se a partir da extremidade posterior arredondada da larva. O lado esquerdo torna-se a superfície oral, e o lado direito e a superfície aboral. Os braços do adulto surgem como extensões do corpo.es do corpo.

As taxas de crescimento e as expectativas de vida são variáveis. A Leptasterias hexactis incuba em pequeno número de ovos gemados durante o inverno, e os jovens amadurecem sexualmente em dois anos, quando pesam cerca de 2g. A expectativa média é de dez anos. A Pisaster ochraceus libera um grande número de ovos a cada primavera, sendo o desenvolvimento planctônico.  Atinge-se a maturidade sexual em 5 anos, período no qual o animal atinge de 70 a 90g. Os indivíduos podem viver 34 anos, reproduzindo-se anualmente.

 

Classe Echinoidea

 Com cerca de 950 espécies viventes distribuídas em duas subclasses, a classe Equinoidea compreende os ouriços do mar (imagem 1) e bolachas da praia (imagem 2). São organismos que possuem o corpo globoso ou em forma de disco, com frequência secundariamente bilateral, placas esqueléticas unidas por uma matriz de colágeno e interdigitações de calcita, formando uma carapaça rígida ou testa, possuem espinhos móveis, canais do sistema ambulacral internos à carapaça, ambúlacros fechados, com aparelho mastigador interno. A forma esferoide do corpo esconde a simetria pentarradial que entretanto, pode ser facilmente identificada nos órgão internos.

Responsável pela ingestão e trituração de alimentos, existe uma estrutura denominada lanterna de Aristóteles ( outro caráter apomófico desse grupo), que nos ouriços do mar também está relacionada às trocas gasosas.

 

Imagem 10: Lytechinus variegatus

Fonte:https://www.maradentro.org.br/images/stories/galerias/cagarras/Ourico%20do%20Mar%20Lytechinus%20variegatus%20Isl%20Redonda%20F%20Moraes.jpg

 

Imagem 11: Mellita quinquiesperforata

Fonte: https://cifonauta.cebimar.usp.br/photo/11564/

Subclasse Cidaroidea:  com cerca de 140 espécies viventes em uma única ordem, os organismos dessa subclasse são caracterizados pela testa globosa, placas ambulacrais, cada uma com um par de perfurações para cada pé ambulacral, espinhos grandes, com formato de lápis, sem cobertura de epiderme, ânus no polo aboral, brânquias dérmicas ausentes, a maioria desses animais está extinta, frequentemente considerada como extinta da classe.

 

Imagem 12: Subclasse Cidaroidea

Fonte: https://www.nhm.ac.uk/research-curation/research/projects/echinoid-directory/taxa/taxon.jsp?id=1046

 

Subclasse Euechinoidea: Com cerca de 800 espécies viventes, esta subclasse compreende as bolachas da praia, ouriços-do-mar e ouriços cordiliformes. Possuem como característica testa globosa ou em forma de disco, número de pésambulacrais e epinhos por placa variável, posiçãodo anus varia de aboral a posterior, laterna de Aristóteles variável, sendo ausentes nos ouriços cordiliformes.

 

Imagem 13: Subclasse Euechinoidea

Fonte: https://www.nhm.ac.uk/research-curation/research/projects/echinoid-directory/taxa/taxon.jsp?id=2580

 

Modos de vida

Equinóides regulares são quase exclusivamente epibentônicos. Algumas espécies vivem em superfícies rochosas escavando-se, assim, uma casa (imagem 5), e, em alguns casos, pode  tornar-se preso dentro de sua toca à medida que crescem. Poucas espécies podem tolerar a exposição na maré baixa, mesmo que por um curto período de tempo. Equinóides regulares alimentam-se  usando sua lanterna, raspando plantas e algas a partir de substratos duros ou pastando em plantas e organismos sésseis como as esponjas. Espinhas são usadas para a defesa e para a locomoção, enquanto os tubos de pés são utilizados principalmente para a adesão, a manipulação das partículas de maior dimensão, e para a respiração. Apesar de existirem algumas espécies que são de curta duração, sobrevivendo apenas cerca de um ano, muitos vivem muito mais tempo, e alguns podem chegar a até 15 anos ou mais. Elas se reproduzem através do derramamento de óvulos e espermatozóides na coluna de água. Os sexos são separados, mas raramente pode ser distinguida da aparência externa.

 

Imagem 14:

Fonte: WWW.garapadasdapraia.com.br

 

Classe Holothuroidea

Com cerca de 1.200 espécies viventes os holoturóideos, ocupam desde a região entremarés até a profundidade de 2.500 m. São animais de corpo alongado e sua parede corporal é composta por tecido conectivo mutável e ossículos microscópicos de seu endoesqueleto. Apresentam simetria bilateral, mas internamente continuam com o padrão penrarradial característico dos echinodermatas.

 

Imagem 15 : Holoturóideo

Fonte: https://cifonauta.cebimar.usp.br/photo/4036/

Possui o eixo oral-aboral mais alongado bem diferenciado dos das demais classes, desta forma o corpo tem a forma mais alongada como a de um pepino e dai o nome popular de pepino do mar. Por causa de sua forma alongada a região ventral é chamada de trívio e a dorsal de bívio.

 

Imagem 16 : Localização do bívio e do trívio

 Fonte : https://terraeoxigenio.blogspot.com.br/2010/02/ficha-de-especies-pepinos-do-mar-um.html

 

Locomoção

As espécies que possuem pés ambulacrais podem rastejar sobre o substrato e funcionam como os dos asteroídeos. Outros holoturoídeo utilizam o pé para fixação, outros ainda utilizam os tentáculos orais para escavação.

Nutrição

São comedores de deposito ou suspensão. Esticam-se os tentáculos ramificados varrendo o substrato ou mantendo-os suspensos na água.  O alimento prende-se nas papilas adesivas dos tentáculos e estes se recolhem para o interior da faringe e o alimento é removido a medida que os tentáculos são puxados de volta.

A boca localiza-se na base da coroa tentacular e liga-se no interior da faringe com anel calcário que confere suporte para a faringe e o canal anelar, servindo de local de inserção da musculatura longitudinal e músculos retratores dos tentáculos e da região bucal, podendo quando perturbado retrair os tentáculos e a boca para dentro do corpo. O estomago é ausente na maioria, porém quando presente funciona como uma moela, logo após vem o intestino anterior, o intestino ascendente e o intestino descendente, logo após a cloaca que carrega o ânus.

 

Imagem 17: Esquema da estrutura corporal interna

Fonte: https://equinodermos.zip.net/

 

Trocas gasosas, excreção e transporte interno

As árvores respiratórias é o sistema responsável pelas trocas gasosas. Cada arvore consistem um tronco principal com muitos ramos, cada qual terminando em uma pequena vesícula. A água circula através de túbulos por meio da ação bombeadora da cloaca e das árvores respiratórias. Este bombeamento é lento e precisa-se de 6 a 10 dilatações e contrações cloacais para se encher a árvore e se esvazia de uma só vez. 

Quase toda a amônia é retirada do organismo pelas árvores, bem como os materiais nitrogenados e particulados.

O sistema hemal é bem desenvolvido, formado por um anel hêmico e seios hêmicos radiais que correm paralelos ao anel hídrico e os canais radiais do sistema hidrovascular. A maioria dos vasos é bem desenvolvido e o sangue é semelhante ao fluido celômico, a circulação ocorre unidirecionalmente e lenta. Em certo ponto o sistema hêmico envolve-se com o transporte gasoso e parece ter função de absorção e transporte de nutrientes

 

Sistema hidrovascular

É basicamente como os das outras classes, mas difere quanto ao madreporito. Uma característica peculiar na maioria das espécies de holothuroidea é a perda da comunicação da superfície corporal e não estar preso ao celoma.

O madreporito pende exatamente embaixo da base da faringe e conecta-se ao anel hídrico por um canal pétreo.

Apesar do madreporito superficial esta ausente a parede da cloaca é perfurada por ductos ciliados que se conecta ao canal anelar e da origem as vesículas polainas que por sua vez localizam-se penduradas no interior do celoma e funcionam como câmaras de expansão da manutenção dentro do sistema hidrovascular, ou como bombas para ajudar a circulação do fluido no interior do sistema. Os cinco canais radial originam-se para os tentáculos antes de alcançar os pés ambulacrais.                                                           

Sistema nervoso

É constituído por um anel nervoso circum-oral que se localiza na membrana bucal, este anel fornece nervos para os tentáculos e faringe. Os cinco nervos radiais atravessa a chanfradura nas placas radiais do anel calcário e corre pela extensão do ambulacro pelo lado celômico da derme.

Reprodução e desenvolvimento

Os pepinos do mar possuem apenas uma gônada e são geralmente dioicos. A gônada esta localizada anteriormente no celoma sob o interambulacro e o gonóporo situa-se entre as bases dos tentáculos. Quando ocorre a desova os ovos são recolhidos pelos tentáculos e transferidos para a superfície dorsal para a incubação.

 Com exceção das espécies incubadoras o desenvolvimento ocorre externamente e o desenvolvimento é semelhante ao dos asteróideos. No terceiro dia de desenvolvimento atinge o estágio larval clamado auriculária, que mais tarde se tornara uma doliolária. Quando começa a formação dos tentáculos orais significa que logo o individuo irá fixar-se ao substrato e começar a sua fase adulta.

 

Classe Concentriciclóides

Possuem corpo em forma de disco, com anéis de espinhos marginais, mas sem braços, placas esqueléticas arranjadas concentricamente, pés com ventosas dispostas em anel próximo a margem do corpo. Além disso, eles possuem dois canais circulares com hidroporo na região interambulacra, com cinco grandes ossículos na região ambulacral da superfície corporal marcam os ambulacros, com trato digestivo ausente ou incompleto. A classificação das enigmáticas margaridas-do-mar é problemática, mais muitos autores a incluem-nas em Spinulosida. Concentriciclóides não possuem muitas informações porque ainda foram pouco estudados.

 

 

 

Referências

Barnes, R.S.K.; Calow, P. & Olive, P.J.W.. Os Invertebrados: uma nova síntese. Atheneu Editora São Paulo. 1995. 526p.

Brusca, R.C. & Brusca, G.J. Invertebrados. Guanabara-Koogan. 2007. 1098p.

Ribeiro-Costa, C.S. &  Rocha, R.M. Invertebrados:   Manual   de Aulas   Práticas. 2ª     edição.    Holos Ed..   2006. (Série: Manuais Práticos em Biologia, 3).   271p.

https://www.maradentro.org.br/images/stories/galerias/cagarras/Ourico%20do%20Mar%20Lytechinus%20variegatus%20Isl%20Redonda%20F%20Moraes.jpg

https://cifonauta.cebimar.usp.br/photo/11564/

https://www.nhm.ac.uk/research-curation/research/projects/echinoid-directory/taxa/taxon.jsp?id=1046

Imagem da capa: https://research.calacademy.org/izg/research/echinoderm