Filo Echinodermata

Filo Echinodermata

Caroline Vazzoler, Jade Huguenin, Jessyca Giesen, Suiany Gervasio

 

Características Gerais

Os Echinodermata formam um grupo monofilético e de simetria pentarradial, que compreende animais marinhos bentônicos muito comuns nas praias. Com cerca de 7000 especies viventes, o filo apresenta uma diversidade de formas e tamanhos amplamente distribuidos. São animais deuterostômio, com um sistema ambulacral único entre os invertebrados, formando um conjunto organizado de canais que se projetam para o exterior na realização de diversas funções, como por exemplo captura de alimento, excreção, locomoção e trocas gasosas. O endoesqueleto é de calcário e de origem mesodérmica, e os ossículos são porosos e geralmente preenchidos por células dérmicas e fibras (estroma), essa condição é exclusiva de equinodermos. Pode haver placas simples no endoesqueleto ou composta, podendo apresentar tubérculos e espinhos móveis, semelhante ao esqueleto de vertebrados. Asteroidea e Echinoidea também podem possuir pedicelárias, que podem ser usadas para alimentação ou para a defesa.

A maioria dos Echinodermata consegue regenerar partes do corpo, como um braço, espinhos ou ventosa quando perturbados, podem perder braços ou eliminar outras partes do corpo. A reprodução assexuada ocorre por fissiparidade em asteroides e ofiuroides, quando o disco central se divide em dois e cada lado da origem a um novo animal. Nesses animais não ha registros de mecanismos para osmorregulação e não possuem orgãos excretores. 

 

Classe Crinoidea

Normalmente são animais marinhos e bentônicos, são conhecidos comumente como Lírios-do-mar. A parede do corpo é revestida por epiderme que recobre a derme, a qual é composta por vários ossículos. O celoma é associado ao sistema vascular aquífero, epitélios das gônadas e alguns seios neurais. O celoma perivisceral possui um líquido que desempenha um papel importante do sistema circulatório. Eles possuem células fagocitárias, e o celoma é reduzido pelas placas esqueléticas.

 

Imagem 1. Comactinia meridionalis, encontrado no precipicio de conchas na costa da Carolina do Sul. The Southeastern Regional Taxonomic Center (SERTC), South Carolina Department of Natural Resources.

 

Sistema Vascular Aquífero

O sistema vascular é operado totalmente pelo liquído celômico. Não possuem madreporito externo, os canais pétreos ligam-se aos canais celômicos. Os celomas periviscerais possuem funis que se comunicam com o exterior para regular a pressão interna. Os braços crinoides possuem ramificações laterais chamadas de pínulas, as quais possuem pódios sem ventosas, que funcionam como estrutras sensoriais e para alimentação.

 

Sustentação e Locomoção

É o tecido conjuntivo que auxiliam no “tônus” corporal, enrijecendo o corpo numa ação muito rápida. São capazes de rastejar e nadar, com o lado oral voltado para cima, os cirros aborais fixam o animal depois de sua locomoção. Quando rastejam, os braços são curvados para baixo que elevam o corpo do substrato. O nado é promovido pelo batimento dos braços.

 

Imagem 2. Detalhe dos cirros e do calice em Pentametrocrinus atlanticus, encontrado na costa de St. Augustine, Florida.The Southeastern Regional Taxonomic Center (SERTC), South Carolina Department of Natural Resources.

 

Alimentação e Digestão

São animais de hábitos suspensívoros, assim, suas superfícies orais ficam voltadas para cima e alimentando-se de partículas suspensas na água. Seus braços e pínulas ficam esticados para aumentar a superfície de captura. O alimento, quando entra em contato com os pódios, é jogado para os sulcos ambulacrais. O trato digestivo é composto por boca, seguida de esôfago, intestino longo, e termina num cone anal.

 

Circulação e Trocas Gasosas

A maior parte da circulação é promovida pelo celoma perivisceral, sendo aumentado pelo sistema aquífero e hemal, pode ser movido por ação de cílios e muscular. Possuem um sistema de canais bem desenvolvidos. Realizam as trocas gasosas por toda a parede do corpo e especialmente pelos pés ambulacrais.

 

Excreção 

Não possuem problemas com regulação osmótica, entretanto alguns já foram encontrados em água salobra. Os Echinodermata são osmoconformadores, tanto para água quanto para íons, que passam de forma livre pelo corpo do animal. Os resíduos são acumulados em bolsas nos sulcos ambulacrais.

 

Sistema Nervoso e Orgãos dos Sentidos

O sistema nervoso é descentralizado, difuso e sem gânglio cerebral. Há três redes principais: sistema ectoneural (oral), sistema hiponeural (oral profundo) e sistema entoneural (aboral). O ectoneural é sensorial e o hipneural é motor. O entoneural é o principal sistema nervoso.

 

Reprodução Sexuada

 A maioria é dióica, não possuem gônadas distintas. Os gametas originam-se no peritônio em canais genitais e os gametas são liberados na parede das pínulas. A incubação é comum em espécies boreais e polares assim como de mares profundos, após a incubação o desenvolvimento se segue com a formação de larvas vitelárias.

 

Classe Asteroidea

Também são animais bentônicos e marinhos, estes são conhecidos popularmente como Estrelas-do-mar, que possuem o corpo revestido por uma epiderme, recobrindo a derme, a qual é composta por vários ossículos. Os músculos de seus braços são dispostos em bandas e sua simetria é radial. O celoma é associado ao sistema vascular aquífero, epitélios das gônadas e alguns seios neurais. O celoma é peivisceral possui um líquido que desempenha um papel importante no sistema circulatório. Possuem também células fagocitárias.

Imagem 3. Goniaster tessallatus, encontrado St. Helena Island, Carolina do Sul. The Southeastern Regional Taxonomic Center (SERTC), South Carolina Department of Natural Resources.

Sistema Vascular Aquífero

O sistema abre-se para o exterior através de um madreporito onde a água pode entrar diretamente por este canal. Internamente, o madreporito se comunica com o sistema vascular por uma ampola, passando para um canal pétreo, o qual se une ao canal circular da boca que possui corpúsculos de Poli (regula a pressão interna). A água do mar circula no interior do animal por auxilio de cílios que revestem o canal circular e radial (dos braços). O canal pétreo é chamado de bomba ciliada por dirigir o fluxo d’água para o sistema vascular aquífero. Cada braço possui um canal lateral terminado com pés ambulacrais  (com ampola bulbosa e pódios ocos). Os pés tem função de locomoção, fixação e alimentação, com órgãos sensoriais. Os pés se locomovem por regulação da pressão hidráulica com auxílio da ampola e por ação muscular, que aderem e soltam os pés do substrato, por ação, também, de secreções mucosas através das ventosas.

 

Sustentação e Locomoção

Possuem tecido conjuntivo que auxiliam no “tônus” corporal, enrijecendo o corpo numa ação muito rápida. Sua locomoção é promovida pelos pés ambulacrais. Os braços são relativamente estáticos e os pódios realizam um movimento deslizante, sem a realização de ondas metacrônicas. Alguns ateróides podem se locomover rapidamente para fugir de predadores ou de competidores, enquanto outros podem secretar grandes quantidades de muco para se afastar dos predadores.

Imagem 4. Detalhe da regiao oral em Goniaster tessallatus. The Southeastern Regional Taxonomic Center (SERTC), South Carolina Department of Natural Resources.

 

Alimentação e Digestão

A maioria das Estrelas-do-mar são predadoras ou comedoras de carne em decomposição. Elas vertem seu estômago para obter alimento, jogando enzimas para digerir o alimento. Algumas podem ser suspensívoras e a movimentação do alimento é feito por cílios presentes no corpo para passar até os sulcos ambulacrais. O trato digestivo é composto por uma boca, a qual é rodeada por uma membrana peristomial, que promove a eversão do estômago. Segue-se para um estômago cardíaco, que também é evertida na alimentação. Para cada braço há um par de dutos pilóricos que possuem glândulas digestivas. Um curto intestino comunica o estômago pilórico e ao ânus. A digestão é completada internamente. As estrelas-do-mar podem-se associar a comensais que se alimentam de seus resíduos alimentares. Grande parte é predadora e alguns são suspensívoros.

 

Circulação e Trocas Gasosas

A maior parte da circulação é promovida pelo celoma perivisceral, sendo aumentado pelo sistema aquífero e hemal. Pode ser movido por ação de cílios e muscular. O sistema hemal é constituído por redes radiais, partindo de um anel hemal na região aboral e oral. Os anéis se comunicam com um seio axial, que produz celomócitos . Os asteroides apresentam no seio axial um saco dorsal, o qual auxilia na moviemtação do fluxo hemal. Suas trocas gasosas são realizadas pelos pés e por projeções na parede do corpo chamadas de pápulas, essas camadas são ciliadas que criam uma contracorrente com o fluido celômico e com a água circulante.

 

Excreção 

O principal produto da excreção é a amônia e, nos asteroides, ocorre pelas pápulas e por pódios.

 

Sistema Nervoso e Orgãos dos Sentidos

Sistema nervoso descentralizado, difuso e sem gânglio cerebral. Há três redes principais: sistema ectoneural (oral), sistema hiponeural (oral profundo) e sistema entoneural (aboral). O ectoneural é sensorial e o hiponeural é motor. Neurônios sensoriais respondem a toques, correspondidos por espinhos e pedicelárias. Possuem fotorreceptores chamados de manchas ocelares presentes na extremidade de cada braço dos asteroides.

 

Reprodução Sexuada

Maioria é dióica, mas podem apresentar espécies hermafroditas. Possuem diversas gônadas com gonodutos. A incubação é comum em espécies boreais e polares assim como de mares profundos. Possuem várias gônadas hermafroditas e, em seu desenvolvimento, formam larvas bipinárias e braquiolárias.

 

Classe Echinoidea

Cerca de 950 espécies viventes que já foram descritas. Conhecidos como ouriços-do-mar e bolachas da praia, são marinhos e bentônicos. Possuem corpo em forma de disco ou globoso sem a presença de braços. Apresentam placas esqueléticas que são unidas por colágeno e calcita o que forma uma carapaça rígida também chamada de testa. Apresentam espinhos, sendo esses móveis. Possuem a lanterna de Aristóteles que compõe o aparelho mastigador interno.

O corpo é revestido por uma epiderme que recobre a derme, a qual é composta por vários ossículos, os quais são unidos fortemente formando uma testa rígida, os músculos da parede são pouco desenvolvidos. Os ouriços do mar possuem pedicelárias que são estruturas originadas do esqueleto calcário, essas estruturas são capazes de responder a estímulos externos que não dependem do sistema nervoso principal, pois apresentam seus componentes neuromusculares. Essas pedicelárias são usadas para defesa contra organismos maiores e auxiliam a manter detritos e as larvas longe do corpo. Há uma espécie de ouriço do mar Toxopneustes que possui pedicelárias que são produtoras de toxinas as quais afasta os predadores.

O celoma é associado ao sistema vascular aquífero, epitélios das gônadas e alguns seios neurais. O celoma perivisceral possui um líquido que desempenha um papel importante do sistema circulatório e possuem células fagocitárias.

Imagem 5. Echinus sp., encontrado na costa das conhas, Carolina do Sul. The Southeastern Regional Taxonomic Center (SERTC), South Carolina Department of Natural Resources.

 

Sistema Vascular Aquífero

O madreporito desses animais localiza-se na região aboral. Os ambulácros e os canais internos estão dispostos ao longo do corpo globoso do animal. Assim como nos asteroides, o madreporito possui ampola que é seguida por um canal pétreo – que é mais curto em ouriços do mar e bolachas da praia –, o qual se comunica com o canal circular, localizado no aparelho bucal. O canal circular dá origem a cinco canais radiais, que se ramificam em canais laterais e terminam em pés ambulacrais. As placas ambulacrais dos equinoides possuem orifícios em que os pés podem atravessar para o meio externo. Os pés também podem funcionar como sistema de trocas gasosas, alimentação, fixação e locomoção.

Imagem 6. Clypeaster subdepressus , encontrado em Bull Island, Carolina do Sul. The Southeastern Regional Taxonomic Center (SERTC), South Carolina Department of Natural Resources.

Sustentação e Locomoção

Possuem tecido conjuntivo que auxiliam no “tônus” corporal que enrijece o corpo numa ação muito rápida. Os ouriços-do-mar conseguem se movimentar utilizando pés e espinhos móveis os quais garante suporte e movimento. Consegue cavar como o auxílio de dentes e dos aparelhos mastigadores, essas escavações propiciam para eles proteção em áreas onde há intensa ação de ondas. As bolachas da praia ficam enterradas na areia. Podem se enterrar completamente ou manter parte do corpo exposto para fora do substrato. Apresentam lúnulas, que são profundas fendas e orifícios que se localizam na margem das carapaças, Telford (1981) realizou um experimento que indicou que as lúnulas ajudam a manter a estabilidade quando há presença de fortes correntes de água, pois o atrito é diminuído pelo fluxo de canais ao longo da superfície do corpo, as lúnulas também reduzem o efeito de levantamento que são produzidos por movimentos da água.

 

Alimentação e Digestão

Os equinoides possuem estratégias alimentares que incluem herbivoria, suspensivoria, detritivoria e poucas formas de predação. Em ouriços a alimentação é dependente da lanterna de Aristóteles que possui cinco dentes calcários e protráteis localizado dentro da boca. Os dentes podem ser protraídos em vários ângulos através dos movimentos realizados por músculos protratores e retratores. Esses dentes são usados para raspar algas do substrato. As bolachas da praia são detritívoras e comedoras de partículas, elas se enterram na areia de onde seu alimento. Os espinhos, pés e pódios auxiliam na movimentação do alimento. O trato digestivo é um tubo muito simples que se estende da boca ao ânus. No centro da superfície oral está a boca. O esôfago se estende em direção à superfície aboral passando pelo centro da lanterna de Aristóteles e continua por um intestino alongado. Os equinodermos possuem um duto estreito também chamado de sifão, o qual corre em paralelo ao trato digestivo, as duas extremidades do sifão se abrem no intestino o que auxilia a concentrar o alimento na luz do tubo digestivo. O reto é curto, e o ânus localiza-se no centro da superfície aboral.

 

Circulação e Trocas Gasosas

A maior parte da circulação é promovida pelo celoma perivisceral, sendo aumentado pelo sistema aquífero e hemal. A lanterna de Aristóteles auxilia no movimento de circulação. O sistema hemal é constituído por redes radiais, partindo de um anel hemal na região aboral e oral. Os anéis se comunicam com um eixo axial, o qual possui uma glândula axial, que produz celomócitos. Os equinoides apresentam no seio axial um saco dorsal, o qual auxilia na movimentação do fluxo hemal.

Os ouriços possuem cinco pares de “brânquias” localizadas no peristômio, a pressão dentro das “brânquias” é alterada por manipulação da lanterna de Aristóteles, isso ocorre para acomodar mudanças de pressão no celoma durante o movimento das estruturas da lanterna.  As principais estruturas de trocas gasosas são os pés que realizam um sistema de contracorrente. As bolachas da praia possuem pés modificados em petaloides aborais, também realizando movimentos contracorrente.

 

Excreção

Os celomócitos ficam carregados de resíduos que se acumulam nas pápulas, que perdem as extremidades distais e expelem as células e resíduos nitrogenados.

 

Sistema Nervoso e Orgãos dos Sentidos

O sistema nervoso é descentralizado, difuso e sem glânglio cerebral. Há três redes principais: sistema ectoneural (oral), sistema hiponeural (oral profundo) e sistema ectoneural (aboral). O ectoneural é sensorial e o hiponeural é motor. Esses três sistemas estão interconectados por uma rede nervosa de componetes ectoneurais e entoneurais. Neurônios sensoriais respondem a toques, correspondidos por espinhos e pedicelárias.

 

Reprodução Sexuada

A maioria é dióica, possuem diversas gônadas com gonodutos. Os equinoides apresentam múltiplas gônadas. Os gonóporos estão localizados nas cinco pacas genitais e ao redor do periprocto. Em bolachas da praia, o periprocto e o ânus migraram e estão na região posteiror e as placas genitais permanecem um pouco centralizadas na superfície aboral, nas bolachas da praia há apenas quatro (às vezes menos) gônadas, devido o fato de uma ter sido perdida ao longo da linha de migração do ânus. A gametogênese é regulada por fotoperíodo, o que resulta assegura a desova sincronizada nos membros de uma mesma população.

 

Regeneração e Reprodução Assexuada

Não há registro de reprodução assexuada em animais dessa classe.

 

Classe Holothuroidea

Eles são os pepinos do mar, possuem o eixo oral-aboral alongado, eles possuem simetria pentâmera mas secundariamente perderam os pés, então ficaram com um configuração de bívio e trívio. Essa classe tem cerca de 1.150 espécies viventes, sendo essas espécies divididas em três subclasses. (Brusca&Brusca, 2007).

O corpo é revestido por uma epiderme que recobre a derme que é derivada da mesoderme, sendo esta composta por vários ossículos separados e espalhados pela derme.O celoma é associado ao sistema vascular aquífero e ao epitélio das gônadas e alguns seios neurais, o celoma perivisceral possui um líquido que desempenha um papel importante do sistema circulatório e possuem células fagocitárias.

Imagem 7. Isostichopus badionotus, encontrado na costa de St. Augustine, Florida. The Southeastern Regional Taxonomic Center (SERTC), South Carolina Department of Natural Resources.

 

Sistema Vascular Aquífero

O madreporito é interno e encontra-se logo abaixo da faringe, ele forma um canal pétreo curto, e esse canal abre-se no celoma. O canal circular circunda o trato digestivo e este canal da origem a cinco canais radiais que chegam aos tentáculos orais, passando por sulcos ambulacrais fechados. Em algumas espécies, os pés do bívio são reduzidos ou foram perdidos.

 

Sustentação e Locomoção

As placas esqueléticas dos pepinos-do-mar são compostas por pequenos ossículos, que são associadas a camadas espessas de músculo para promover a locomoção por um esqueleto hidrostático, com auxílio do fluido celômico. Podem viver na superfície do sedimento ou cavar, mas só cavam ambientes com sedimentos moles. O rastejamento é feito pelos pés e pela ação muscular. Dependendo do habitat e tipo de vida, os pés dos pepinos podem se alongar para auxiliar no nado, ou para se fixar em pedras.

Imagem 8. Detalhe da regiao anterior (direita) e regiao posterior ( esquerda), Holothuria princepsThe Southeastern Regional Taxonomic Center (SERTC), South Carolina Department of Natural Resources.

 

Alimentação e Digestão

A maioria dos holotúrios são comedores de depósitos ou de suspensão. As espécies mais ativas rastejam a fim de encontrar o alimento no sedimento. A boca é circundada por uma coroa de tentáculos, esses tentáculos são cobertos muco assim eles são utilizados para captar alimentos e eles são levados um à um até a boca para que seja feita a ingestão dos alimentos que foram captados. O esôfago é sustentado por um anel calcário, seguido por um longo intestino e terminando no ânus. Nesta região, o ânus desemboca seus dejetos na cloaca, onde também desemboca a árvore respiratória. O tubo digestivo está associado à evisceração esse é um processo em que se dá a expulsão do trato digestivo, ele pode ser totalmente expulso ou expulso em partes, essa expulsão se dá pr ação muscular, normalmente isso acontece quando o individuo esta em estresse. Também estão presentes nos pepinos estruturas chamadas de túbulos de Cuvier, que são estruturas de defesa pois, quando ameaçados, estes túbulos são ejetados pela cloaca, para distrair o predador e assim, o organismo tem uma maior chance de se livrar do predador.

 

Circulação e Trocas Gasosas

A maior parte da circulação é promovida pelo celoma perivisceral, sendo aumentado pelo sistema aquífero e hemal e os dois são derivados do celoma. Normalmente os fluidos vão se mover ação de cílios e de músculos. Possuem um sistema de canais bem elaborado e podem conter vários “corações” ou bombas circulatórias. Nos holoturóides o sistema hemal é bem desenvolvido, nesse sistema existe um conjunto de canais e lacunas que são mergulhados em canais de celoma, que são chamados de seios periemais.

As trocas gasosas são realizadas pelas árvores respiratórias e sua abertura encontra-se na cloaca, local que regula a entrada e saída de água através de músculos, essas árvores respiratórias são formadas de projeções musculares do trato intestinal. Os gases entre o celoma são trocados entre o celoma, a água e o sistema hemal, e as trocas são por fim completadas no pé.

 

Excreção

A excreta é amônia, que será expelida pelas árvores respiratórias, gônadas e tubos digestivos, a amônia é levada até os órgãos excretores pelos celomócitos, e são então eliminados para o meio externo, pelo sistema de bombeamento dos órgãos.

 

Sistema Nervoso e Orgãos dos Sentidos

O sistema nervoso é descentralizado, difuso e sem gânglio cerebral. Nos holoturóides estão presentes somente duas redes neurais, sendo elas, a ectoneural que é oral e tem função sensorial, hiponeural que é oral profundo e possui função motora. Estatocistos estão presentes, e existem evidências de que os tentáculos bucais são sensíveis a substâncias químicas dissolvidas na àgua.

 

Reprodução Sexuada

São de grande maioria dióiocos, mas podem apresentar espécies hermafroditas. O sistema reprodutor é simples, possuem apenas uma gônada e um único gonoduto abre-se atrás da coroa de tentáculos. A incubação é comum em espécies boreais e polares, assim como de mares profundos, e normalmente os embriões são carregados externamente, mas algumas espécies carregam os embriões dentro do celoma.

 

Regeneração e Reprodução Assexuada

O holoturóides quando percebem a presença de algum predador o animal eviscera eliminando o trato digestório, sistema hemal, gônadas e árvores respiratórias pela cloaca, assim evita a morte e em seguida ocorre a regeneração das vísceras.

Há o mecanismo de fissão assexuada, entretanto não esta completamente esclarecido.

 

Desenvolvimento

Formam larvas auriculária.

 

Classe Ophiuroidea

Com cerca de 2.000 espécies viventes, normalmente conhecidos como serpentes do mar, são encontrados comumente em habitats marinhos bentônicos. Esses animais são caracterizados por possuírem cinco braços articulados podendo ou não ser ramificados, não possuem sulcos ambulacrais e os pés ambulacrais sem ventosas raramente são usados na locomoção. É o grupo mais diversificado e os únicos simbiontes de Echinodermata. São capazes de viver entre pedras, conchas, organismos vivos e sedimento.

O corpo é revestido por uma epiderme que recobre a derme, a qual é composta por vários ossículos. Os músculos de seus braços estão dispostos em bandas. Cada braço contém “vértebras” derivadas dos ossículos.

O celoma é associado ao sistema vascular aquífero, epitélios das gônadas e alguns seios neurais. O celoma perivisceral possui um líquido que desempenha um papel importante do sistema circulatório. Possuem células fagocitárias e o celoma dos braços é reduzido a pequenos canais.

Imagem 9. Ophiolepis elegans, encontrado na costa  da Georgia. The Southeastern Regional Taxonomic Center (SERTC), South Carolina Department of Natural Resources.

Sistema Vascular Aquífero

O madreporito das serpentes-do-mar está localizado na superfície oral do disco é central. O canal circular possui vesículas de Poli e faltam corpúsculos de Tiedemann. Este canal também se ramifica em cinco canais radiais é em pés ambulacrais orais, ao redor da boca, atuam na alimentação, pois os pés que são desprovidos de ventosas secretarem um muco pegajoso, no enterramento e são sensoriais.

Imagem 10. Astracme mucronata, encontrado em aguas profundas na costa da Georgia. The Southeastern Regional Taxonomic Center (SERTC), South Carolina Department of Natural Resources.

 

Sustentação e Locomoção

São os mais ágeis entre os echinodermos. Possuem tecido conjuntivo que auxilia no “tônus” corporal, enrijecendo o corpo numa ação muito rápida. Os ofiuroides utilizam seus braços para rastejar ou para agarrar-se a superfícies. Os braços quase não possuem nenhuma flexibilidade no eixo paralelo ao corpo, com isso, são facilmente quebrados quando erguidos e segurados apenas por um dos braços. Os pés ambulacrais não possuem ventosas e ampolas, mas possuem vários músculos em sua parede, o que os capacita a realizarem movimentos como protração e retração. A locomoção é feita por braços, e a escavação com os pés.

 

Alimentação e Digestão

Possuem grande variedade de métodos alimentares podendo ser predadores, comedores de depósitos, de carniça e de suspensão. Os depósitos são coletados por pódios ou espinhos dos braços e a superfície do braço secreta muco que auxilia na aderência do alimento. Perto da base de cada pé há uma escama tentacular que auxilia no carregamento do alimento até a boca.

Os suspensívoros também utilizam a secreção de muco para aderir o alimento aos seus braços. Inicialmente o alimento é levado até os pés e, em seguida, transportado para a boca.

Os predadores ativos enrolam as presas em seus braços, que possuem espinhos curtos, e levam-na a boca. As espécies escavadoras retiram o alimento do próprio sedimento, da água circundante e da superfície do substrato. Alguns são comensais com esponjas marinhas para obter alimento residual, o que lhes proporciona proteção contra predadores.

A boca está posicionada no centro da membrana peristomial. O trato digestivo é incompleto, intestino e ânus foram perdidos e o estômago é o local de digestão e absorção.

 

Circulação e Trocas Gasosas

A maior parte da circulação é promovida pelo celoma perivisceral, sendo aumentado pelo sistema aquífero hemal. Pode ser movido por ação de cílios e por movimentação muscular. O sistema hemal é constituído por redes radiais, partindo de um anel hemal na região aboral e outro na região oral.

Possuem 10 invaginações no corpo chamadas de bursas que se abrem por fendas ciliadas, onde a água entra e circula nestes canais. Entre a água que flui e os líquidos corpóreos, ocorre trocas gasosas. Presença de hemoglobina em seus celomócitos.

 

Excreção 

As bursas respiratórias possuem parede fina, o que facilita a liberação dos celomócitos que estão carregados de excretas.

 

Sistema Nervoso e Orgãos dos Sentidos

Sistema nervoso descentralizado, difuso e sem gânglio cerebral. Há três redes principais: sistema ectoneural (oral), sistema hiponeural (oral profundo) e sistema entoneural (aboral). O ectoneural é sensorial e o hiponeural é motor. Não possuem órgãos sensoriais especializados, no entanto, detectam alimentos sem contato direto.

 

Reprodução Sexuada

Os ofiuroides em sua grande maioria são gonocóricos.  Apresentam uma, duas e até mesmo numerosas gônadas que estão localizadas ao lado das bursas. Há ocorrência de espécies hermafroditas, podendo possuir testículos e ovários simultaneamente. Quando as gônadas atingem a maturidade liberam o conteúdo dentro das bursas.

 

Regeneração e Reprodução Assexuada

Ophiuroidea, quando perturbados, podem perder partes dos braços, os quais regeneram as partes perdidas. Algumas espécies com seis braços se reproduzem por fissão de disco em duas metades e regeneram a metade que falta. Pelo menos duas espécies possuem larvas que se reproduzem com a perda voluntária de um braço larval e depois há a regeneração do restante do corpo.

 

Desenvolvimento

Formam larvas ofioplúteo que possui oito braços alongados com bandas ciliadas que são sustentados por bastões calcários.

 

Referencias Bibliográficas

Barnes, R.S.K.; Calow, P. & Olive, P.J.W.. Os Invertebrados: uma nova síntese. Atheneu Editora São Paulo. 1995.

Brusca, R.C. & Brusca, G.J. Invertebrados. Guanabara-Koogan. 2007. 837-869p.

Ribeiro-Costa, C.S. &  Rocha, R.M. Invertebrados:   Manual   de Aulas   Práticas. 2ª     edição.    Holos Ed..   2006. (Série: Manuais Práticos em Biologia, 3).  

Imagem de Capa - 

Linckia laevigata (Valvatida)

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Acesso em : 18/02/2014